2º domingo do Advento /2022

Reflexão da Liturgia Dominical.

O Advento é tempo de espera e de preparação. Aguardamos ansiosos o nascimento do Verbo, que vem para nos salvar, revelar o seu amor, um caminho de santidade e nos tornar participantes da natureza divina. Qual deve ser a nossa resposta à novidade que é Jesus Cristo? A palavra chave do 2º domingo do Advento é conversão.

No Antigo Testamento converter-se é “voltar para trás”, reatar à Aliança que foi violada pelo pecado e retornar a Deus. Em grego temos o termo metanóia, que significa arrependimento, conversão, mudança de mente e de coração.  

A figura de João Batista se destaca (Mt 3,1-12). Ele lembra os profetas do Antigo Testamento. Era um asceta que exerceu o seu ministério às margens do rio Jordão. A sua missão foi a de preparar o caminho do Senhor e a vinda do Reino.

João iniciou o anúncio da nova justiça. Encontrou inspiração para a sua pregação no deserto da Judéia. Ali fez a experiência de Deus e descobriu o verdadeiro sentido da justiça do Reino.

A mensagem central de João foi a pregação da penitência e a conversão diante das instauração do Reino. Atraiu discípulos com a sua maneira de pregar e viver: simplicidade de vida e batismo de conversão.

O maior dos profetas questionava o modo de viver de alguns grupos de sua época, ligados ao poder político e à religião. Aqueles que detinham o poder precisavam se converter, ir ao deserto, lugar de encontro com Deus e lugar da justiça. Quem não se abrir à prática de uma nova justiça, não entrará no Reino.  

Jesus é o Messias, o novo mediador da justiça. Ele batizará com o Espírito Santo e com o fogo, purificará os corações para uma vida nova.

Deus não quer o pecado, mas sim a nossa participação na sua santidade. Quem não se converter à justiça divina será queimado como a palha seca. O critério para se entrar no Reino é a conversão, a prática das obras de justiça.

Isaías 11,1-10 é um poema que descreve o rei ideal que Deus irá suscitar. O texto apresenta a esperança do renascimento da dinastia davídica: Jessé é o pai de Davi.

O toco é o símbolo de uma dinastia decadente. Dele nascerá um broto, um rebento que irá governar com justiça. O broto é o novo rei que pertence a todo Israel. Os dons representam a sua capacidade de governar, eles vêm de Deus. É o Espírito quem conduz a nossa vida. O Novo Testamento vê o cumprimento deste oráculo de Isaías em Jesus de Nazaré.

O apóstolo Paulo convida a comunidade a viver a acolhida e o serviço fraterno. Jesus é o modelo e a inspiração para esta prática. Ele veio para servir e dar a vida. A misericórdia era a sua missão. Quando seguimos a Jesus, estamos glorificando a Deus (Rm 15,4-9).

O Tempo do Advento suscita a nossa conversão, a prática das boas obras e da justiça do Reino.  


Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.