Contemplar e viver a Comunhão na Trindade

Artigo de Pe Mário Reis Trombetta

A festa da Trindade é o anúncio de que Deus não é em si solidão, mas comunhão, vínculo, abraço. Deus no Monte Sinai, assim se apresenta a Moisés: Sou misericordioso, compassivo, rico em graça e fidelidade (Ex 34,6). A Trindade: um dogma que pode parecer distante, mas que ao contrário é a revelação do segredo do viver, da sabedoria sobre a vida, sobre a morte, sobre o amor, sobre a amizade, a comunhão e o diálogo.  

Se uma pessoa é lenta para crer, como poderá compreender alguma coisa da Trindade? Pensar em entender a Trindade por meio de fórmulas é como querer entender uma palavra analisando a tinta com que foi escrita. Mas Deus não é uma definição, é uma experiência! A Trindade não é um conceito a ser compreendido, e sim uma realidade compartilhada a ser acolhida.

Em uma das obras-primas de Kieslowski, o protagonista infantil está brincando. De repente, pergunta à tia: «Como está Deus?». A tia chama-o, abraça-o, beija-lhe os cabelos e sussurra, apertando-o: «Como te sentes agora?». Pavel não quer largar o abraço, ergue os olhos e responde: «Bom, sinto-me bem». E a tia: "Aqui, Pavel, Deus é assim." Diante da Trindade, sinto-me pequeno, mas abraçado, como uma criança. Se não houver amor, aconchego e ternura nenhum ensinamento vale a pena.

“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo esteja com todos vós!” (2 Cor. 13,13). No dia do nosso Batismo fomos inseridos no mistério da Comunhão trinitária. Portanto, que ninguém se desespere por pior que seja a situação de sua vida, pois a porta do coração de Deus permanece sempre aberta. (Fonte: Cerco il Tuo Volto, Ermes Ronchi)

Pe Mário Reis Trombetta, Paróquia Cristo Rei, Orlândia/SP