16º Domingo do Tempo Comum
Jesus, o Pastor Compassivo e Fundador da Unidade
Marcos 6,30-34 apresenta Jesus como o pastor capaz de reunir e formar o seu povo. A sua prática messiânica consiste em convocar e em dar a vida. Ele liberta, integra e reconcilia tudo em si.
Os apóstolos narram os efeitos da missão. Jesus convidou-os para um lugar deserto. É momento de oração e descanso, para refazer as energias. O deserto é lugar de silêncio e de encontro com Deus. Mas o convite é frustrado com a presença do povo, que o procura e vê nele um sinal de esperança. Como um bom pastor, teve compaixão. Jesus supera a prática dos maus pastores denunciados pelo profeta Jeremias (Jr 23,1-6).
Efésios 2,13-18 apresenta Jesus como o fundador da Igreja. As expressões: “ele fez uma unidade”, “um só homem novo”, “um só corpo”, ilustram essa realidade.
A Igreja é o povo de Deus reunido por Jesus Cristo. Ele fundou-a com a cruz, com o seu sangue e a sua morte.
Cristo é o autor da Igreja. Ele aproxima as pessoas, destrói as inimizades, suprime os obstáculos, reconcilia, salva, gera a vida nova e a nova humanidade fundada na paz. A paz é a força que o cristão recebe de Cristo para enfrentar os conflitos. Ele é o bem supremo que supera as divisões.
A Igreja nasceu do coração misericordioso de Jesus. É o lugar do encontro com o pastor. Nela buscamos o Senhor e celebramos os meios para viver a santidade. É o lugar do encontro com os irmãos, onde vivemos a fé.
Somos ovelhas ao encontro do Pastor. Na Igreja, experimentamos essa união com Jesus Cristo.
Em certa ocasião, um rapaz procurou um monge para pedir alguns conselhos. “Estou decepcionado com a minha Igreja”, disse o jovem. “Só vejo coisas erradas. Como posso encontrar uma Igreja melhor?” O velho monge levou-o até ao jardim do mosteiro, onde ficava uma antiga capela. Perguntou ao moço: “Diga-me, meu filho, o que você vê nessas paredes?” “Ora, vejo musgos e matos”, respondeu o jovem, surpreso. “E, no entanto, Deus mora nessa capela!” – retomou o monge. “E assim acontece com a sua Igreja. Ela não pode ser perfeita porque é composta por pessoas. Você também é um jovem, um homem, e mesmo que um dia descobrisse uma Igreja perfeita, ela deixaria de sê-lo, tão logo começasse a participar dela”.
Precisamos amar a Igreja como ela é, com suas conquistas e fragilidades. Amá-la como nossa mãe.
A Igreja é obra de Cristo, ela é santa. Mas é constituída de ovelhas frágeis, por isso tem necessidade de purificar-se constantemente. É preciso entrar no interior da Igreja para compreender a sua beleza. Apesar das imperfeições, nela se encontra o verdadeiro Pastor, nosso Deus e Salvador.
Na Igreja celebramos a fé, a esperança e a certeza de que Jesus nos espera. Nela buscamos o alimento e a inspiração para a caridade fraterna.
Dom Paulo Roberto Beloto,
Bispo Diocesano.