O 3⁰ Domingo do Advento nos convida à alegria
O 3⁰ Domingo do Advento nos convida a alegria. Jesus é fonte da paz e da alegria, ficamos felizes com o seu nascimento. A Encarnação do Verbo nos revela que Deus nos ama: um amor gratuito e generoso, sem explicações. Eis a razão do nosso encantamento, da nossa alegria e louvor, da nossa gratidão, coragem, perdão e solidariedade. Eis a razão da nossa fé.
Sofonias 3,14-18ª: é um convite à esperança, à coragem e à alegria. O Senhor é o rei que defende o povo e exerce a justiça. A alegria brota do perdão de Deus e da possibilidade de restauração da vida.
Filipenses 4,4-7: Paulo transmite à comunidade cristã o grande mandamento da alegria. Mesmo na prisão, o apóstolo encontra motivos para alegrar-se e exortar a comunidade ao mesmo.
Há muitos fatores e causas que provocam a tristeza, o mau humor, a irritação, a impaciência, a desolação, a depressão, como: a ausência de Deus, os nossos defeitos e os dos outros, o orgulho, o egoísmo, a mesquinhez, a ambição, as injustiças, a violência, as notícias negativas, as experiências traumáticas, os contratempos, as coisas que não funcionam, visitas inoportunas, as perdas, questões biológicas, doenças, a pobreza, a natureza adversa, o modo como encaramos as adversidades, a ação do inimigo.
Seguir a Jesus é viver a alegria. Quando estamos unidos a ele, recebemos o seu amor, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que produz em nós a exultação e a alegria. O cristão é alegre por Jesus, por aquilo que ele faz, por sua obra de redenção.
A alegria vem da certeza da presença do Senhor, brota da confiança da sua vitória. Sabendo que o Senhor está presente, o cristão vive a alegria, na bondade, na tranquilidade, na oração e na paz.
Quem vive a alegria em Jesus, pratica a bondade apregoada por Paulo (cf. Fl 4,5). A alegria verdadeira gera a bondade e o perdão. A pessoa torna-se luz para os outros.
Se o Senhor está presente, o que devemos fazer? Além das indicações do apóstolo Paulo, a liturgia nos convida ao testemunho.
O 3º domingo do Advento continua falando da missão de João Batista. Ele é o precursor, aquele que anuncia o Messias, que prepara o povo para a sua vinda (Lc 3,10-18). Ele anuncia Jesus como fonte de salvação, aquele que veio realizar a nova aliança, o batismo no Espírito, que é a purificação dos pecados, a vida nova e o tempo do amor fraterno.
Em sua pregação, João anuncia o novo que vem de Deus e as condições para acolhê-lo. Temos nas palavras do profeta uma espécie de programa de vida. A conversão exige a partilha, como primeiro requisito para a vida nova. A igualdade fraterna é imprescindível, pois a ganância impede que o novo aconteça. É preciso respeitar o direito e a dignidade das pessoas.
O tempo do Advento é um convite à vivência desses apelos de João Batista. Precisamos mergulhar na misericórdia, na lealdade e na justiça de Deus. A promessa da vinda de Jesus é um convite à alegria pelo sentido e valor dessa presença e também a uma abertura do coração à prática da fraternidade, pois o seu nascimento é um ato gratuito do amor do Pai.
Dom Paulo Roberto Beloto,
Bispo Diocesano.