Diocese de Franca
Diocese de Franca
image

3º Domingo do Tempo Comum

avatar Homilia
terça, 21 de janeiro de 2025

Lucas foi um cristão grego convertido. Não conheceu Jesus pessoalmente, mas através dos apóstolos e testemunhas do Senhor.

Estamos iniciando a leitura do Evangelho de São Lucas, Ano C. Lucas foi um cristão grego convertido. Não conheceu Jesus pessoalmente, mas através dos apóstolos e testemunhas do Senhor. Foi companheiro e discípulo de Paulo (cf. Cl 4,14; Fl 24; 2Tm 4,11). Homem culto, médico de profissão (cf. Cl 4,14), escreveu duas obras, um Evangelho bem ordenado, fora da Palestina, logo após, os Atos dos Apóstolos.

Lucas dedicou seus escritos a Teófilo (cf. Lc 1,3; At 1,1-2), que devia ser uma pessoa importante na comunidade. Esta palavra significa amigo de Deus. Por isso muitos especialistas afirmam que os verdadeiros destinatários são os amigos de Deus.

O Evangelho traça o caminho de Jesus, que se realiza na história. Para percorrê-lo, o Filho do Altíssimo (cf. Lc 1,32) se fez homem em Jesus de Nazaré (Idem, 2,1-7), trazendo para dentro da história humana o projeto de salvação que Deus tinha revelado, conforme a promessa feita no Antigo Testamento.

O ápice do 3º Evangelho está nas palavras de Jesus na cruz; “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). A morte de Jesus é a sua libertação nas mãos de Deus. Ele fez da sua vida e morte um ato de humildade, de confiança e obediência. Deus respondeu com a ressurreição (cf. At 2,22-24; 3,15), que revela e legitima o caminho de Jesus como o caminho da vida.

As comunidades que receberam os escritos de Lucas enfrentavam situações difíceis. O seu objetivo é apresentar Jesus como esperança para esses cristãos em crise.

O texto indicado pela liturgia neste 3º domingo tem duas partes distintas. A primeira parte (Lc 1,1-4) reúne o prólogo no qual o autor mostra o que pretende fazer. Qual é a sua intenção com os seus escritos? Lucas descreve o assunto, o método e a finalidade de sua obra. Recebeu um material da tradição. Fez uma pesquisa com desvelo. Escreveu com ordem lógica, originalidade e objetivos definidos. A segunda parte (Lc 4,14-21) narra o episódio na sinagoga de Nazaré, que trata o programa de Jesus.

O texto diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito. Na sinagoga, lugar do encontro religioso dos judeus, ele fez o que poderia fazer um judeu adulto: ler um texto dos profetas, ou de outro livro das Escrituras e explicá-lo aos ouvintes. O texto escolhido é do profeta Isaías que narra as promessas de libertação para os pobres, a partir da presença de um Messias (cf. Is 61,1-2).

A novidade está na explicação da leitura de Jesus. Ele é o Messias que veio cumprir essa missão: veio libertar os pobres e restaurar o Ano de Graça do Senhor – ano do perdão de todas as dívidas e redistribuição das terras e propriedades. Jesus veio realizar essa experiência de fraternidade e comunhão. Quando fala “hoje”, está se referindo a sua atividade terrestre e também a sua presença nas comunidades e na evangelização da Igreja, que confia em Deus, que ama e perdoa.

Neemias 8,2-4ª.5-6.8-10 narra a leitura que o sacerdote Esdras fez do livro da Lei. Esdras encontrou na Palavra de Deus o instrumento para congregar e reunir o povo e iluminar a sua vida. Ouvindo com atenção a leitura do texto, o povo aclama e chora. Encontra nele o sentido de sua vida. Esdras exortou toda a assembleia à alegria e a celebrar a festa. A alegria do Senhor é a força do seu povo (cf. Ne 8,12).

Em 1Cor 12,12-30, Paulo exortou a comunidade a viver na unidade. A comunidade é um corpo, e cada parte tem a sua função e o seu valor, nela, todos são importantes, cada qual com seus dons. O Espírito gera a unidade e o serviço mútuo.

Dom Paulo Roberto Beloto,

Bispo Diocesano.

Diocese de Franca
CNBB- Regional Sul 1
220