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Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

A Eucaristia é o lugar privilegiado do encontro de amor com a pessoa de Jesus Cristo (da homilia da celebração de hoje)

A fé é um encontro de amor com a pessoa de Jesus Cristo, que nos santifica e dá sentido à nossa existência. A Eucaristia é o lugar privilegiado desse encontro. É o mistério acreditado, acolhido, celebrado e vivido. É o mistério de amor.

A solenidade de Corpus Christi surgiu para nos ajudar na contemplação, adoração e exaltação da presença do Senhor nas espécies eucarísticas.

Quem mais destacou a Eucaristia como sacramento de amor, foi o evangelista João. Ele não narra a instituição da Eucaristia, mas no contexto da Páscoa deixou o mandamento novo. O texto inicia com uma afirmação central: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Logo após, realiza o gesto do lava-pé.

Tudo o que Jesus já havia ensinado sobre o amor, se concretiza na paixão. Por que isso? Porque antes do mistério pascal, os discípulos eram incapazes de amar. Quando o soldado abriu o lado de Jesus com a lança, saiu sangue e água (Jo 19,34). Do seu coração transpassado, brotou a possibilidade de liberação do amor nos discípulos. Após a Páscoa, Jesus soprou sobre os discípulos o Espírito Santo (Jo 20,22).

Para João, Jesus nos comunica sua vida pelos sacramentos e pelo Espírito Santo. A água do Batismo e o sangue da Eucaristia, e o Paráclito, são a nossa salvação. Quando entramos nessa água, tomamos desse sangue e sentimos a presença do Espírito Santo, aprendemos a amar.

Precisamos aprender a amar e Jesus é o nosso professor. O gesto do lava-pés é a melhor aula. Mas é apenas uma aula, a prática vem do nosso mergulho na vida íntima de Jesus através da água (Batismo), do sangue (Eucaristia) e Espírito Santo (Pentecostes). Quando fomos batizados, quando comungamos e recebemos a unção do Espírito Santo, experimentamos uma escola de amor e somos aptos para amar. Na Eucaristia intensificamos a vida espiritual e o nosso apostolado. Beber e comer do amor divino é o que nos fortalece na vida espiritual e nos capacita para o apostolado.

Características do amor fraterno

a) Amor serviçal. O lava-pés é a crucificação na vida diária. Sacrificar a vida pelos outros. Como Jesus lavou os nossos pecados, devemos lavar as decepções, fracassos e crises dos irmãos. Quem lava os pecados é Jesus, nós podemos lavar as dificuldades.

b) Amor permanente. O amor de Jesus pelos discípulos é capaz de levá-los a amar até o sacrifício, até o fim.

c) O amor comunitário. Dentro de uma comunidade há simpatias, mas o amor vai além. O amor de Jesus se espalha, nunca nega, não exclui, é universal.

d) Amor de reconciliação. O mundo marcado pelo desamor já foi reconciliado por Cristo. Às vezes dá a impressão que Jesus perdeu e o inimigo venceu. Mas não é verdade. A sua paixão já redimiu o mundo, pois o amor é mais forte do que o ódio. Temos que manter essa fé e acreditar na vitória de Cristo sobre o mal. No final das contas, o mal é um vazio, uma mentira, uma ilusão. O real é o amor de Jesus.

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada” (Jo 14,23). Jesus deixou o mandamento novo. Deus habita o coração de quem ama. Esta intimidade é difícil de se imaginar: quando Deus nos habita nos transforma em si. A Missa é o sacramento dos sacramentos. Nela acolhemos a plenitude da vida de Deus e do seu amor e nos tornamos aptos para amar.

Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, presidida por Dom Paulo Beloto na Sé Catedral, às 9h de hoje (03/06).