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15º Domingo do Tempo Comum - Ano B

15º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Reflexão da liturgia dominical

Marcos 6,7-13 trata da missão apostólica dos doze. Jesus os envia a evangelizar e transmite-lhes algumas orientações.

1 – A iniciativa da missão é de Deus: Ele enviou os profetas e o próprio Filho. Jesus enviou os apóstolos e a Igreja. A evangelização é desejo do Senhor. O Pai é fonte da missão e atua no mundo através do Filho e do Espírito Santo. O Espírito é a alma da missão, mas Deus se serve dos homens e mulheres para continuar a sua obra de salvação.

2 – Jesus associa ao seu ministério os apóstolos e lhes dá autoridade na missão. Mostra com que espírito e segundo quais princípios eles deveriam trabalhar. A unção com o óleo indica o seu poder aos doze.

3 – O conteúdo da missão é a verdade de Deus, sua justiça e seu amor. Jesus e o
Reino são o centro da pregação: a vida de Deus é anunciada.

4 – Com Jesus, com os apóstolos e a Igreja, a missão se concretiza através de sinais: pregação, penitência, conversão, libertação dos demônios, restauração da vida, através das curas.

5 – A comunhão é a base da atividade missionária: os apóstolos devem evangelizar dois a dois.

6 – O desapego é parte integrante do trabalho missionário: cajado, sandálias, uma túnica. Os missionários devem ter o suficiente e confiar na providência divina. A bagagem maior deve estar no coração. Devem aceitar a hospitalidade que lhes é oferecida.

7 – Os missionários devem estar preparados para as resistências que podem acontecer, de não serem acolhidos ou até perseguidos. “Sacudir a poeira dos pés” lembra o gesto comum dos judeus quando saiam de solo pagão e adentravam na “Terra Santa”, indicando a pureza depois do contato com região impura.

A Igreja continua a missão de Jesus e dos apóstolos. Evangelizar constitui, portanto, a sua vocação, parte integrante da sua identidade. Ela é chamada a proclamar com coragem e entusiasmo a mensagem do Evangelho, como sacramento universal de salvação.

Amós 7,12-15 narra a experiência profética deste camponês em Betel, santuário do rei. Ele é profeta não por profissão, mas por vocação e por determinação divina. Por isso é livre para dizer e anunciar a verdade de Deus, mesmo diante da perseguição do sacerdote Amasias.

Efésios 1,13-14 narra um hino de louvor, onde Paulo ressalta a soberania de Deus, origem de tudo e de onde tudo procede.

O Pai tem um plano aos seus filhos, predestinados a receber todas as bênçãos. Ele abençoa, o Filho redime e o Espírito Santo sela a obra divina.

O plano divino torna-se pleno na pessoa de Jesus Cristo. Nele, Deus abençoa, escolhe, predestina e redime. O seu amor é gratuito, e a redenção é a grande prova. Ele nos liberta pelo poder do sangue de Jesus, que ofereceu-se a si mesmo como preço pelo nosso resgate. O valor do seu sangue é o perdão dos pecados. Por Cristo, Deus nos concede dos tesouros da sua graça: sabedoria e prudência.

Somos integrados em Cristo, nele somos predestinados à salvação. A nossa herança é a integração em Cristo Jesus. Somos constituídos herdeiros desta predestinação divina por pura bondade de Deus. A causa das suas ações em nós é a sua glória e a sua santidade.

O Espírito é o selo, o lacre impresso na alma, da bondade divina. É o “penhor da nossa herança”, a garantia, a completa liberdade.

Salvos em Cristo, rendemos graças e adoramos ao Criador.    

Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.