Reflexão da Liturgia Dominical.
Em Lucas 18, 1-8, “Jesus contou aos discípulos uma parábola, para
mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir”. É a estória da
viúva persistente no seu pedido de justiça, que foi atendida por um juiz “que
não temia a Deus” e não respeitava ninguém. Se o juiz que era injusto respondeu
a sua insistência, quanto mais Deus que é bom e misericordioso responde aos
nossos pedidos.
A oração é um meio de se entrar em comunhão com o Senhor. Ela se
apresenta como uma realidade fundamental. É tão ou mais importante do que
qualquer outra atividade humana. Sem a oração ficamos às escuras sobre Deus e
sobre nós mesmos. Ela é um encontro com Cristo.
A oração é uma necessidade, mas nem sempre é fácil rezar. Encontramos muitas
dificuldades nesse caminho. Mas elas aparecem para quem se propõe a orar. Nunca
devemos abandonar a oração por causa das dificuldades, pois deixar a oração é
perder o caminho.
“Eu levanto os meus olhos para os montes: de onde pode vir o meu
socorro? “Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor que fez o céu e fez a
terra!” (Sl 120,1-2). “O Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza” (Rm 8,26),
intercede por nós, mas necessita de nossa colaboração. A oração é um caminho,
por isso precisamos aprender a orar.
Há vários pressupostos para a vida de oração. No Evangelho, Jesus
aconselha a perseverança, a determinação, a decisão firme e convencida no
caminho para Deus. Como encontramos resistências, precisamos de vigilância,
disciplina, conversão e persistência na oração. É preciso esforço. O Pai
convida, se revela, se oferece, se doa, toma a iniciativa do encontro, a nós,
seus filhos e filhas, cabe seguir a sua voz, refazer o caminho, ter paciência,
mortificação interna e fidelidade. Devemos orar sem cessar, bem, e sempre. Por
isso é necessário vontade e empenho com toda a vida.
Perseverança foi a atitude de Moisés na sua oração de intercessão na montanha, de braços erguidos, enquanto Josué e seus homens combatiam os amalecitas (Ex 17,8-13). Firmeza, insistência e paciência pede Paulo ao discípulo Timóteo na pregação da palavra, pois “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2 Tm 3,14-4,2).
Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.