Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Reflexão da Liturgia Dominical.

Encerramos o Ano Litúrgico professando a nossa fé em Jesus Cristo como Rei do Universo, numa festa solene estabelecida pelo Papa Pio XI, em 1925. A intenção é a proclamação do senhorio de Jesus, vencedor do pecado e da morte, em todas as realidades terrestres. O caminho da sua realeza foi o amor: “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Toda a sua vida foi amar, fazendo a vontade do Pai. Jesus assumiu a sua missão até as últimas consequências, oferecendo a sua vida, aceitando o cálice da paixão, carregando as nossas dores, oferecendo-nos “a redenção, o perdão dos pecados” (Cl 1,14). Jesus é a plenitude do humano e do divino, é a salvação e a reconciliação de toda a vida, o modelo da criação, a Cabeça de tudo, a sabedoria. A plenitude e a reconciliação estão em Cristo. No derramamento do seu sangue na cruz, ele nos salva e nos liberta (Cl 1,15-20).

O Pai aceitou o sacrifício do Filho e o coroou com a sua ressurreição. Ele o ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram (1 Cor 15,20). Jesus foi para o Pai e está sentado à sua direita. Agora é o Senhor, o nosso Sacerdote, o “único mediador entre Deus e a humanidade” (1 Tm  2,5).

Só em Jesus Cristo encontramos o sentido da vida. “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). Ninguém vai a Deus senão por Jesus (Jo 14,6).

A fé é um encontro com o amor de Deus, revelado na pessoa e na missão de Jesus Cristo, que nos santifica e dá sentido à nossa existência, gera conversão, discipulado, comunhão e missão (DAp, 278). Ela nos leva a celebrar a nossa união com Ele, nosso Rei e Senhor.

Lugares de encontros com Nosso Jesus Cristo (DAp 246-275).

“Na fé recebida e vivida na Igreja”. Jesus é a “Cabeça do corpo, isto é, a Igreja” (Cl 1,18). Ofereceu-se à ela para salvá-la e salvar os seus fiéis. É nesta comunidade de fé que acolhemos a graça da salvação e da união com Jesus Cristo. Ele é o Rei que governa, dirige e protege o Corpo-Igreja. Quando nos unimos a este corpo, recebemos da vida do Senhor.

“Encontramos Jesus na Sagrada Escritura”, pois ela é a Palavra do Senhor, a Palavra de nossa Salvação. Por isso, “as divinas Escrituras sempre foram veneradas como o próprio Corpo do Senhor pela Igreja” (DV, 21).

“Encontramos Jesus Cristo, de modo admirável, na Sagrada Liturgia”, nos sacramentos da Igreja: no Batismo, “porta que dá acesso aos demais Sacramentos” (CIgC, 1213); na Confirmação, onde somos “vinculados mais perfeitamente à Igreja” (Idem, 1285); na Eucaristia, “lugar privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo”; na Penitência, onde recebemos o perdão de Deus e a reconciliação. O Verbo que se fez carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus, é capaz de um gesto de tamanha grandeza, perdoando e salvando até no momento extremo de sua dor (Lc 23,43).

Celebramos a nossa união com Jesus Cristo na oração pessoal e comunitária, pois oração é tratar de amizade com Aquele que sabemos que nos ama.

Encontramos Jesus no amor fraterno, naqueles que sofrem, pobres, aflitos e enfermos.

A nossa devoção à Maria e aos santos “são lugares privilegiados de encontro com Jesus Cristo”. 

Unidos a Jesus, nosso Rei, teremos a vida (1 Cor 15,22), continuamos a sua missão de reprovar o pecado e anunciar o “Reino da verdade e da vida, Reino da santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz” (Prefácio de Cristo Rei).
Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.