Reflexão da Liturgia Dominical.
O 3ª Domingo do Advento nos convida à
alegria. Toda a liturgia canta e celebra esse sentimento fundamental da alma
humana. Deus é a causa e a fonte da alegria: ela é dom e fruto do Espírito (Gl
5,22). Já na antífona da entrada da Missa, é citada uma passagem do apóstolo
Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos... O Senhor está
próximo” (Fl 4,4).
No contexto do tempo litúrgico, a
alegria tem seu fundamento na encarnação do Verbo, que vem para nos salvar e
revelar o amor de Deus. Essa é a razão do nosso contentamento.
Há muitos fatores e causas que
provocam a tristeza, o mau humor, a irritação, a impaciência, a desolação, a
depressão, como: a ausência de Deus, os nossos defeitos e os dos outros, o
egoísmo, a mesquinhez, a ambição, as injustiças, a violência, as notícias
negativas, as experiências traumáticas, os contratempos, as coisas que não
funcionam, o trânsito, visitas inoportunas, as perdas, questões biológicas,
doenças, a pobreza, a natureza adversa, o modo como encaramos as adversidades,
a ação do inimigo.
Como recuperar e conservar a alegria
diante dessas situações adversas? Com uma atitude de fé. Acreditando que Deus é
maior que as limitações humanas. Sua ação em nossa vida gera a alegria.
O profeta Isaías (Is 35,1-6.10)
descreve o julgamento de Deus às nações que oprimem e cometem injustiças e a
sua falência, enquanto restaura e salva o seu povo fiel. Esta sua ação provoca
contentamento: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a
solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores... Os
que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores,
com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento,
não mais conhecerão a dor e o pranto” (Is 35,12.10).
Tiago cita o exemplo do agricultor
que confia e espera a ação da natureza, gerando a planta e os frutos das
sementes (Tg 5,7-10). A atitude do cristão deve ser de confiança e perseverança
na vinda do Senhor. Ele é a causa de nossa alegria. Somos alegres por aquilo
que ele faz em nossa vida, por sua obra de redenção.
Jesus se apresenta a João Batista por
aquilo que Ele faz: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os
leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são
evangelizados” (Mt 11,4-5). As “obras de Cristo” revelam sua pessoa e sua
missão. Unidos a Ele, amando o que Ele ama, acolhendo a sua missão, temos a
força da ação misteriosa do ressuscitado e do seu Espírito, que nos impulsiona
na esperança e na alegria.
As alegrias humanas são justas e
legítimas, mas passageiras e nem sempre provocam o verdadeiro consolo. Só a
presença do Senhor nos satisfaz. Quando fizermos de Deus o fundamento e o
centro de nossa vida, então iremos experimentar a alegria e a fecundidade de
nossas ações.
O 3º domingo do Advento continua
falando da missão de João Batista. Ele é elogiado por Jesus como “alguém que é
mais do que profeta” (Mt 11,9). É o precursor, aquele que anuncia o Messias e
prepara o seu caminho.