"Fizeste-nos para ti,e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti." (Agostinho)
No dia 28 de agosto, toda Igreja, celebra a memória de um grande santo e doutor, Agostinho de Hipona (354 d.C. – 430 d.C.), cuja vida é um testemunho fecundo da graça de Deus. Destacou-se pela vida intelectual, antes de sua conversão buscou fora de si a Verdade, no entanto, descobriu que esta habitava em seu interior e foi através da fé que ele pode acessá-la, contemplá-la e a partir desta experiência real com Cristo, tornou-se discípulo-missionário. Foi filho de Santa Mônica, uma mulher exemplar, que sofreu ao ver que seu filho se distanciou, na juventude, da vida em Deus, no entanto, foi sua incessante oração pela conversão de seu amado filho, que gerou para a Igreja aquele que ficou conhecido como Doutor da Graça.
Em suas inúmeras obras, Santo Agostinho destaca que pela graça de Deus acessamos à vida divina; inspiramo-nos pelo Sumo Bem a fazer desta vida uma peregrinação aos céus, nossa pátria definitiva; ordenamos os nossos afetos; unindo-nos à Deus compreendemos o que é a amizade, o amor, a justiça, a caridade; e assim, pela iluminação do criador, tornamo-nos cooperadores da Verdade, servos de Cristo, e membros atuantes da Igreja.
A vida deste homem é testemunho, pois, assumiu com firme determinação a sua vocação batismal. Neste ano, a celebração de sua memória, torna-se mais significativa, visto que celebramos em toda a Igreja do Brasil o Ano Vocacional, cujo tema: “Vocação, Graça e Missão”, e o lema: “corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24. 32-33); convoca-nos a assumir com solicitude e disponibilidade a vontade de Deus para nós.
Ser santo, isto é, em tudo ser de Deus, não coaduna com uma vida medíocre, mas sim com uma vida entregue, generosa e apaixonada pelas coisas de Deus, doando-se à Jesus como verdadeiros servos. Afirma o Bispo de Hipona, em suas Confissões, que “servo fiel é aquele que não espera ouvir de ti o que desejaria ouvir, mas antes deseja aquilo que ouve de ti” (AGOSTINHO, 1997, p. 299). Com esta colocação e a exemplo de Santo Agostinho que possamos nos voltar para nosso interior e lá descobrirmos o plano de Deus para nossas vidas.
Por fim, façamos das palavras do Santo de Hipona uma grande oração. Peçamos a Deus o rompimento de tudo aquilo que nos torna surdos, impedindo-nos de responder ao seu chamado.
“Tu me chamaste, e teu grito rompeu minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz” (AGOSTINHO, 1997, p. 299).
Que Santo Agostinho juntamente, com sua mãe Santa Mônica, interceda por cada um de nós!
Santo Agostinho; rogai por nós!
Moisés Marcelino Pieruci Freire, seminarista diocesano.
REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, Santo. Confissões – São Paulo: Paulos, 1997. Coleção Patrística
https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2008/documents/hf_ben-xvi_aud_20080130.html