Reflexão da Liturgia Dominical
Em Mateus 21,28-32 lemos uma parábola
contada por Jesus, presente só neste Evangelho. Ele está em Jerusalém, no
Templo, dialogando com os chefes dos sacerdotes e anciãos. Contou uma estória
com três personagens: o pai e os dois filhos. Ambos os filhos têm atitudes que
se contrastam. Diante do pedido do pai, deles irem trabalhar na vinha, o
primeiro respondeu: “Não quero”, mas reconsiderou a sua atitude, mudou de ideia
e obedeceu. O outro respondeu “Sim, senhor, eu vou”, mas não obedeceu. O filho
que disse sim de imediato, mas não obedeceu o pai, representa a figura das
lideranças do poder religioso: acreditavam que viviam sua justiça e a vontade
de Deus, mas agiam de modo diferente. Foram responsáveis pela morte de Jesus. O
filho que obedeceu representa os pecadores que aceitaram Jesus e se
comprometeram com a justiça do Reino. Apesar de sua condição de pecadores, são
fiéis à vontade de Deus.
A parábola nos convida ao
arrependimento sincero de nossos pecados e à conversão. Somos chamados a
trabalhar na vinha do Senhor, a buscar a justiça do Reino, a viver o amor do
Pai. Ser cristão é se comprometer com o Evangelho de Jesus. A garantia da
santidade é ser sincero em nossa resposta e fazer a vontade do Pai.
Deus não quer a morte do justo, mas a
sua conversão. Ele quer a vida dos seus filhos. Devemos reconhecer os nossos
erros e voltar para Ele (Ez 18,25-29).
O salmista expressa sua confiança no
Senhor, que é misericórdia, bondade sem limites, piedade e retidão. Ele perdoa,
dirige os humildes na justiça e reconduz ao bom caminho os pecadores (Sl 24).
Paulo apresenta Jesus como modelo de
humildade a ser seguido (Fl 2,1-11). Ele é o Filho de Deus, tinha a posse da
natureza divina, mas não reteve para si esta condição, esvaziou-se em sua vida
mortal, perdeu o poder divino e se tornou um simples homem escravo. Obedeceu ao
Pai até à morte, despojando-se de tudo para servir. Por isso foi exaltado, e
nele e por ele, toda a criação presta um culto de adoração, proclamando: “Jesus
Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Olhando para Cristo, procurando
ter os seus mesmos sentimentos, o cristão procura o caminho da unidade, a
harmonia, o amor fraterno e a humildade.
O Senhor nos espera na Eucaristia.
Transmite-nos a sua Palavra que reforça a nossa adesão à sua vontade. Que o Ele
derrame sobre nós a sua graça, para que caminhando ao encontro de suas
promessas, alcancemos os bens que nos reserva.
Que santa Teresinha do Menino Jesus
interceda por nós e nos ajude a acolher e a viver a santidade nas pequenas
coisas, nas atividades ordinárias, colocando no centro de tudo o amor.
Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.