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Quarta-Feira de Cinzas

Quarta-Feira de Cinzas

Tú és pó

 

Tu és pó,

sempre pó.

Ainda que vivas,

ao pó voltarás,

de onde vieste.

 

Verdade inconteste.

Ainda que queiras,

Mesmo  que tentes

do pó escapar

 

e buscas ser cinzas,

cinzas de cor cinza,

para seres lançado

ao ar ou ao mar.

 

Plantado num jardim

florido, ou abandonado.

Espalhado num bosque

esquecido e desolado

 

Cinzas sem mortalha.

Estranhas ,  sem entranhas,

misteriosas, temerosas,

sagradas também,

serás sempre pó.

 

Cinzas sem vida,

tresmalhadas,

descoloridas.

 

“Pois és pó

e ao pó te hás de tornar.”

 

Tu, criatura,  

que sem o renascer eterno,

permaneces somente  pó.

 

Não há garantias ou esperanças,

pois os sonhos  então fenecem,

e as certezas desvanecem.

 

Se tu queres,  porém,

podes voltar ao pó,

sem pranto e sem lamento,

sem medo e sem  tormento

sem a angusta certeza

do nada na infinita solidão.

 

 

Se contemplares no alto monte

Aquele que do pó te cumulou de vida,

num sopro de amor eterno.

 

Pois do pó,

eis que renasce!

Nova obra modelada

pelas mãos feridas,

transpassadas,

de sangue maculadas,

e de uma face macerada,

do lado aberto, machucado

a verter o sangue e a água que saciam,

para que tenhas nova vida

e te tornes  homem novo,

não mais somente pó,

não mais somente cinzas,

pois , remodelado e recriado,

renascido e resgatado,

pela  árvore da vida

estarás ressuscitado.

 

Pe. Fábio