Os santos, com certeza, agem em nosso favor, pois participam da santidade de Cristo. Mas além da necessária intercessão, encontramos neles modelos de virtudes.
Eles são para nós exemplos e escolas de fé, esperança e caridade. O cristão é uma pessoa que crê (fé), espera (esperança) e ama (caridade). Seguindo caminhos próprios, Pedro e Paulo nos ajudam na acolhida e na prática das virtudes teologais.
Pedro e Paulo e a virtude da fé.
Se há um pressuposto na vida cristã, este é a fé. Sem ela, não há vida cristã. Ela é uma prioridade no compromisso da Igreja em um mundo que experimenta uma profunda crise de fé. Deus precisa se tornar novamente presente, pois só Ele satisfaz plenamente o coração do ser humano. A fé é dom de Deus, mas precisa ser acolhida, aprofundada, celebrada e vivida.
Pedro e Paulo foram seduzidos pelo Senhor e pelo Evangelho. São pessoas de profunda fé. Tanto um como o outro nos ensinam que no caminho da fé temos experiências consoladoras, que iluminam o coração, mas também de sacrifícios, provas e cruzes. A única força é Jesus Cristo ressuscitado. Quem tem fé sabe que Deus é Deus e que deve confiar sempre, até nas noites escuras da vida. A luz da fé ilumina toda a existência humana.
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Pedro e Paulo e a virtude da esperança.
Deus é a nossa esperança. A nossa segurança está naquele que ofereceu a sua vida por nós. Pedro e Paulo têm uma convicção profunda para viver o Evangelho e enfrentar os problemas, sem desanimar. Como carregar a cruz sem perder a paz e a esperança? A nossa força é a presença de Deus. Ele nos salva por sua graça.
Pelos merecimentos de Jesus Cristo e de sua paixão, Deus nos guarda na “esperança que não decepciona” (Rm 5,5). “Estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir” (1 Pd 3,15).
Pedro e Paulo e a virtude da caridade.
A experiência da bondade de Deus foi a luz que guiou as vidas de Pedro e Paulo. Jesus é o nosso parente mais próximo, o servo que se entregou a si mesmo por amor como resgate para nos restabelecer. Esta boa notícia modificou e orientou por completo a vida desses santos. A gratuidade da salvação é o coração do anúncio cristão. Em Jesus somos criaturas novas. Nada nos poderá separar do seu amor.
Somos “amados de Deus e chamados santos”; o seu amor “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”; nada “será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”; não devemos nada a ninguém, “a não ser o amor... pois quem ama o próximo, cumpre plenamente a Lei (Rm 1,7; 5,5; 8,39; 13,8). “Amai-vos uns aos outros, de coração e com ardor” (1 Pd 1,22).
A experiência da fé, da esperança e da caridade de Pedro e Paulo os levou a entregar suas vidas a Jesus. O ideal cristão é ser como Jesus. O desejo maior é estar com Cristo, Ele é a nossa riqueza. Somos servos seus. Sem o amor de Deus, sem a fé e sem a esperança do Evangelho, nada somos.
Aprendemos de Pedro e Paulo que a fé, a esperança e a caridade recebemos, celebramos, aprofundamos e vivemos na Igreja. Unidos a esses apóstolos, recordando a figura do Papa, renovamos nossa profissão de fé em Jesus, alimentamos a esperança e a caridade fraterna.
Dom Paulo Roberto Beloto,
Bispo Diocesano.