Poema - Celebração de Corpus Christi

Corpus Christi


Havia naquele cortejo
misteriosa  transcendência,
muito mais do que o encontro de um povo
ao redor de um símbolo de fé.
Não estava apenas alguém que carregava
um objeto em meio a uma  liturgia,
um  talismã para ser venerado.

Algo que passivamente estava ali,
para que o conduzissem sobre um tapete
feitos por mãos humanas.

Para ser aclamado.
Para ser adorado.
Para ser admirado.

Na verdade, quem tudo conduzia,
quem tudo abarcava,
quem tudo envolvia,
era  quem, num escrínio reluzente, era levado.

Reduzido a pequenina partícula de pão,
era Ele quem presidia.
Atraía os olhares.
Despertava a já adormecida esperança.

Era Ele quem, na sua formosura,
arrastava toda aquela gente.
Atrás de si estava o mundo.
Nele, os olhos da multidão encontrava
amparo, consolo e vigor para o caminho.

As mãos estendidas em sua direção
não eram gestos que caiam no vazio
em busca de amor e  solidariedade
sem retribuição e nem respostas.

Estas  podiam sim tocar as orlas de um manto,
não  invisível nem imaginário,
pois ali estava o Senhor da história.

Na simplicidade daquele alimento,
estava o mistério de sua viva presença.
O sinal de que não me deixou só,
fez-se companheiro solidário ao longo da estrada.

Era, verdadeiramente Ele, todo presente.
O mesmo, um dia no madeiro cravado,
que me amou e se entregou por mim.

E,  vitorioso na cruz,
me é dado agora, na gratuidade do seu amor.
Tornou-se meu sustento.
O que alimenta a minha esperança.

Fortalece a minha fé.
É garantia da vida em plenitude.

Pe. Fábio




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