Vocação: catequista
Testemunhos vocacionais
Mistagogia: a arte de conduzir os fiéis para dentro do
mistério de Deus.
O artigo 5º do item II do prólogo do
CIC cita que: ´A catequese é uma Educação da Fé das crianças, dos jovens e dos
adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dada em
geral de maneira orgânica e sistemática, com fim de os iniciar na plenitude da
vida cristã’. O Sumo Pontífice na carta Apostólica, sob forma de «motu
proprio» - Antiquum Ministerium, reconhece
a presença de leigos e leigas que, em virtude do seu Batismo, se sentem
chamados a colaborar no serviço da catequese e recorda a multidão incontável destes que tomaram
parte, diretamente, na difusão do Evangelho através do ensino catequético.
A missão do Catequista é auxiliar o
Bispo e os presbíteros transmitir com fidelidade os três pilares da Igreja
Católica: a Sagrada Escritura, a Tradição viva e o Magistério autêntico, através
de encontros semanais, conforme organização de cada paróquia. Sabemos também
que aqueles que são catequizados procuram sinais para perseverar no caminho de
busca dos Sacramentos, portanto o catequista, para cumprir precisamente o chamado de Deus, deve
viver com coerência e retidão ajustando sua vida a vontade de Deus, sendo participativo
na comunidade de Fé e frequente nos Sacramentos de Penitência ou Confissão e
Comunhão.
O chamado de Deus para este serviço na
minha vida veio há 7 anos, através de uma irmã da comunidade do Caminho
Neocatecumenal, do qual faço parte. Na época tinha muitas ocupações com o
trabalho e estudo e temia não conseguir doar-me verdadeiramente, porém decidi
colocar-me na presença de Deus através da oração e não pude negar o convite, aceitei-o
com alegria.
Sempre tive o apoio da coordenação. Trabalhei
em dupla inicialmente com uma prima e, posteriormente, com minha irmã. Esta
parceria ajudou, e ajuda, na partilha das responsabilidades e dos desafios
diários. Por muitas vezes pensei em desistir e foram estas parcerias que me
incentivaram a perseverar.
Um fato que sempre recordo é que a
alguns anos, tive uma suspeita de tumor no queixo e tive que fazer uma cirurgia
de biópsia. Marquei no período de férias, porém a recuperação se estendeu e precisei
retornar às catequeses. O fato de estar ali presente acompanhando minha
parceira, sem poder me comunicar, me fazia esquecer a dor que era intensa. Por
muitas vezes cheguei com o fardo pesado das tribulações e saí renovada e com
forças para carregar a minha Cruz.
Sou catequista de primeira Eucaristia
e Crisma, e no início do ano o pároco Padre Rogério me convidou para
coordenação das catequeses de Crisma. Novamente me coloquei na presença do
Senhor após oração abri uma leitura ao acaso, apresentou-me o evangelho de São
Lucas 1,17: “Ele caminhará à sua frente,
com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos
filhos e os rebeldes à prudência dos justos para preparar ao Senhor um povo bem
disposto.”
No último ano, também tivemos que nos
reinventar usando a tecnologia. Partilhando vídeos explicativos ou em chamadas
online, conseguimos dar continuidade ao processo de formação de novos cristãos.
Esta modalidade permitiu que as famílias também participassem ativamente da
catequização, recordando também sua missão que é serem os primeiros catequistas
na transmissão da Fé aos filhos.
No início de agosto retornamos com os
encontros presenciais, seguindo os protocolos sanitários e em tempo reduzido. Tem
sido gratificante rever ou conhecer pessoalmente os catequizandos, ouvi-los,
orientar e catequizar através das experiências e dificuldades trazidas por
eles.
Sheilla Alexandre Alves
Silva, Catedral Nossa Senhora da Conceição.