Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B
Reflexão da Liturgia Dominical
A festa solene de Nosso Senhor Jesus
Cristo, Rei do Universo, encerra o Ano Litúrgico. Ele é o portador da salvação.
O seu sangue derramado na cruz reconcilia a história e instaura “o reino da
verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e
da paz”.
Só em Jesus Cristo encontramos o
sentido da vida. “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu
outro nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). Ninguém
vai a Deus senão por Jesus (Jo 14,6).
A fé é um encontro com o amor de
Deus, revelado na pessoa e na missão de Jesus Cristo, que nos santifica e dá
sentido à nossa existência, gera conversão, discipulado, comunhão e missão
(DAp, 278). Ela nos leva a celebrar a nossa união com Ele, nosso Rei e Senhor.
Celebramos a nossa união com Jesus
Cristo Rei e participamos no seu sacerdócio, quando estamos unidos ao
Corpo-Igreja, cuja cabeça é o próprio Senhor (Cl 1,18). Ele ofereceu-se à
Igreja para salvá-la e salvar os seus fiéis. É nesta comunidade de fé que
acolhemos a graça da salvação e da união com Jesus Cristo. Ele é o Rei que
governa, dirige e protege o Corpo-Igreja. Quando nos unimos a este corpo,
recebemos da vida do Senhor.
Celebramos a nossa união com Jesus
Cristo nas Sagradas Escrituras, Palavra do Senhor e de nossa Salvação. Por
isso, “as divinas Escrituras sempre foram veneradas como o próprio Corpo do
Senhor pela Igreja” (DV, 21).
Celebramos a nossa união com Jesus
Cristo na Sagrada Liturgia, nos sacramentos da Igreja: no Batismo, “porta que
dá acesso aos demais Sacramentos” (CIgC, 1213); na Confirmação onde somos
“vinculados mais perfeitamente à Igreja” (Idem, 1285); na Eucaristia, lugar
privilegiado do encontro do discípulo com Jesus Cristo; na Penitência, onde
recebemos o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja; na Unção dos
enfermos, quando recebemos uma graça especial em circunstâncias de fragilidades
por causa da doença ou velhice; na vocação específica do Sacramento da Ordem,
continuando a missão do ministério apostólico; no serviço da aliança
matrimonial e família.
Celebramos a nossa união com Jesus
Cristo na oração pessoal e comunitária, pois a oração é tratar de amizade com
Aquele que sabemos que nos ama.
Encontramos Jesus no amor fraterno,
pois “quem guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus permanece nele”
(1 Jo 3,24), e quem guarda os mandamentos, permanece no amor (Jo 15,10).
Celebramos a nossa união com Cristo
Rei na piedade popular, no carinho, veneração e devoção à Maria e aos santos,
pois “suas vidas são lugares privilegiados de encontro” com Ele (DAp, 258-275).
João 18,33b-37 apresenta Jesus como o
rei que realiza a ação de Deus, oferecendo a sua vida, vencendo o mundo e
instaurando o reino da justiça e da verdade.
Jesus é a “testemunha fiel”, aquele
que venceu a morte, que nos ama a ponto de derramar seu sangue para nos
libertar e fazer de nós “um reino de sacerdotes”. Ele tem o poder em
eternidade, e voltará sobre as nuvens e todos, até mesmo aqueles que o pregaram
na cruz vão bater no peito (Ap 1,5-8).
Unidos a Jesus Cristo, Rei do
Universo, continuamos a sua missão de viver a verdade e o amor.
Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo
Diocesano.