20º Domingo do Tempo Comum - Ano C
Reflexão da Liturgia Dominical.
Encontramos essas passagens no Evangelho de Lucas:
Zacarias, pai de João Batista, profetizou que o Messias iria “dirigir nossos
pés no caminho da paz” (Lc 1,79); os anjos cantaram no nascimento de Jesus:
“Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz a todos por ele amados!”
(Lc 2,14); disse o velho Simeão, com o menino Jesus nos braços: “Agora, Senhor,
tu deixas ir teu servo, segundo a tua palavra, em paz, porque meus olhos viram
a tua salvação” (Lc 2,29-30); ao enviar os discípulos, Jesus orientou-lhes: “Em
qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa!’ E se ali
morar alguém que seja da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão retornará
para vós” (Lc 10,5-6); a multidão louvou a Deus e acolheu Jesus em Jerusalém,
dizendo: “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas
alturas!” (Lc 19,38); ao chorar sobre Jerusalém, disse o Mestre: “Se tu também
reconhecesses, hoje, aquilo que conduz à paz!” (Lc 19,42); Jesus ressuscitado
apareceu e disse aos discípulos: “A paz esteja convosco!” (Lc 24,36).
A paz é um bem que o Senhor nos concede: Ele é o Príncipe
da paz. Mas no Evangelho do 20º Domingo Comum (Lc 12,49-53), Jesus disse aos
seus discípulos que veio “para lançar fogo sobre a terra”. Ele não veio trazer
paz, mas a divisão (Lc 12,49.51). Como entender essas suas palavras?
A paz de Jesus é a revelação de uma verdade de Deus: a
certeza do seu amor. A sua presença é um apelo, uma proposta, um oferecimento
que obriga a dar uma resposta. Jesus é um sinal definitivo de Deus que provoca
discernimento. A decisão por ele gera o conflito, provoca divisão no seio do
povo. Tudo como consequência de uma opção.
A paz é fruto de um julgamento comparado ao fogo que
purifica e transforma. Só é possível acolhê-la quem faz uma profissão de fé.
Quem acredita em Jesus, está aberto para receber os dons do Espírito, o fogo do
seu amor, que arde no coração, capaz de inflamar os outros. A missão é como um
incêndio que ateia o fogo do amor nos corações das pessoas.
É preciso deixar que o Evangelho tome conta do nosso
coração para que possamos imitar a vida de Jesus. O fogo que ele fala pode
representar o julgamento, ou o Espírito Santo. O batismo é a sua paixão.
Jr 38,4-6.8-10. Jeremias se opõe à decisão dos líderes da
época e prega a rendição aos babilônios como condição de conservar a vida e
evitar uma catástrofe. É visto como um traidor que precisa ser eliminado. É
condenado à morte. Um estrangeiro etíope intercede pelo profeta