Deus é Luz e nele não há trevas
Pe Mário Reis Trombeta.
O Domingo do Cego de Nascença, quarto Domingo da
Quaresma, deixa-nos entrever a alegria pascal que atravessa as trevas da
descrença, começa a iluminar a Igreja e coloca no centro o tema da iluminação
batismal. Este domingo, segundo uma antiga tradição romana, chama-se
Laetare, Domingo que já nos convida a Alegria: Alegrem-se os fiéis, filhos
da luz, renascidos e iluminados por Cristo no Batismo.
Paulo na carta aos Efésios afirma: "Antes
fostes trevas, agora sois luz no Senhor. Portanto, comportai-vos como filhos
da luz; agora o fruto da luz consiste em toda a bondade, justiça e
verdade"(Ef 5:8-9). A Quaresma é o tempo propício para promover este
discernimento espiritual: Sou Filho(a) da Luz ou das trevas?
Para isso se faz necessário notar que o pecado não
será uma ofensa feita a Deus, mas uma ferida infligida a nós mesmos. O
pecado é tudo o que diminui a nossa humanidade, "o pecado é uma
diminuição do próprio homem, impedindo-o de atingir a sua própria plenitude "(GS
1,13). Deixemo-nos, pois, olhar por Jesus. Vamos desfrutar de
alguns minutos de seu olhar. Calmamente. O ex-cego primeiro
descreve Jesus como homem, depois como profeta e por fim o proclama Filho de
Deus. A fé é uma iluminação progressiva, passo a passo, podemos levar anos para
poder proclamar que Jesus é o Senhor! Quando alguém passa a conhecer Jesus, não poderá
mais ficar calado, mas deverá testemunhá-lo e anunciá-lo! Só a indiferença e
a descrença são ateias. Deus vê nossa escuridão e deseja iluminar nosso
conhecimento, nossos sentidos.
Qual é a boa notícia deste domingo,
então? Agora podemos fazer de cada um dos nossos limites e dos limites dos
outros um lugar de salvação, de comunhão e de luz, pois o Cego de Nascença que
teve um encontro com Jesus era um homem muito limitado. Se cada um assumir os
próprios limites como possibilidade de comunhão com Deus, e aprender a fazer
dos limites do outro um lugar de perdão, então faremos a experiência do amor
Deus.
Portanto, se faz necessário sermos iluminados para compreendermos qual é
o nosso destino. Arthur Schopenhauer dizia: “Ou se pensa ou se crê!”. Mas não é bem assim, pois não é possível
crer sem haver refletido o sentido e a razão das nossas escolhas. Só assim
poderemos arriscar a nossa vida na proposta que nos foi feita e nos
convencermos de que vale sempre a pena. Se a fé não é racionalizada se cai na
superstição. Jesus veio para trazer esta luz, ou melhor, Ele mesmo é a Luz. A
Fé Cristã é um abrir os olhos para se ver mais longe. “Pela bondade, e
compaixão de nosso Deus, o Sol nascente nos veio visitar para iluminar aqueles
que estão nas trevas e na sombra da morte estão sentados” (Lc 1,78). São João
também no início do seu Evangelho diz: “Veio a este mundo a Palavra Verdadeira,
que ilumina todo homem” (Jo 1,9).
Fonte: Portal Cerco Il Tuo Volto: CEI, Conferenza
Episcopale Italiana; Paolo de Martino; Fernando Armellini.
Colaboração Pe
Mário Reis Trombeta, Paróquia Cristo Rei, Orlândia.