1º Domingo do Advento

Homilia Padre Fabio

Caríssimos

Iniciamos um novo ano na Liturgia da Igreja. E o tempo que dá início ao novo ano  é chamado de Advento que significa vinda.

Jesus vem! E essa vinda do Senhor é já um acontecimento realizado, antes de tudo, pela encarnação do Verbo como primeira vinda e que  é marcada pelo sofrimento envolvendo  o mistério da morte e ressurreição do Senhor.

O Advento nos apresenta uma segunda vinda que será gloriosa. Jesus virá na sua glória e em todo o seu esplendor como Rei e  Justo Juiz.

Jesus vem a nós, e se Ele vem, é para um encontro amoroso e definitivo conosco. Ele quer encontrar-se conosco no caminho da justiça, da verdade e do amor. Se estivermos fora deste seu caminho certamente nos desencontraremos com Ele.

Portanto, podemos ter toda a certeza de que o caminho do ódio, da ambição, da injustiça, da divisão, das infidelidades, da mentira, da corrupção, do egoísmo não é, e nunca será, o caminho do nosso encontro com Ele.

O profeta Isaias começa esse Advento falando-nos da infidelidade do povo de Deus, que  após o exílio, é tentado a abandonar os caminhos do Senhor deixando-se levar pelo desânimo e descrença, colocando-se assim, distante de Deus.

O profeta tem consciência da gravidade dos delitos e da urgente necessidade da volta para Deus. Ele reconhece que Deus é o verdadeiro Pai, o Protetor do seu povo.

 Na  súplica que a Ele dirige,  faz algumas perguntas: por que o Senhor deixou o seu povo se desviar do seus caminhos, por que deixou que o coração do povo se endurecesse e perdesse o temor de Deus?, ou seja por que o Senhor permitiu a rebeldia do seu povo e a desobediência à sua vontade?

É essa, uma questão que envolve a liberdade humana. Somos livres para acolher ou rejeitar o projeto de Deus e a sua vontade na nossa vida e consequentemente o que aparece são as consequências. Não se escuta mais Deus e “não há quem invoque o seu nome e ninguém acorda para apoiar-se Nele”

O distanciamento do caminho de Deus, conforme nos fala Isaías nos “torna como coisa impura. Nossa justiça é como pano de menstruação. Nós todos murchamos como folhas secas, nossos pecados nos arrastaram como vento”

Onde leva hoje a nossa liberdade mal direcionada? Essa realidade que Isaias coloca diante de nós é um convite premente para que saibamos reconhecer as ações divinas no nosso meio e no nosso tempo e nos voltarmos para Ele.

O profeta lembra-nos que as nossas ações de justiça, na verdade, são como um pano sujo de impurezas que se quisermos limpar qualquer coisa com ele, na verdade ao invés de  limpar, nós espalharemos mais sujeira ainda. Não é isso que tem acontecido entre nós?

“Volta atrás Senhor, por amor de seus servos”, é assim que pedimos a misericórdia nesse tempo precioso do Advento, porque, mesmo se pecamos, podemos ser ainda “o barro na mão do oleiro que é o Senhor que de nós  pode fazer obra de suas mãos”

O grande desejo desse tempo é o que Isaias expressa na sua oração: “Oxalá fendesses o céu e descesses!”

“Fiquem atentos e vigiem!”

 Pe.Fábio