Batismo do Senhor
Por meio do seu batismo, proclame o Reino de Deus
Meus irmãos e minhas irmãs, hoje,
celebramos, com toda a Igreja, o batismo do Senhor. Todos vocês já devem ter
participado de uma chamada “aula inaugural”. A aula inaugural é aquela
ministrada por alguém importante, alguém que normalmente é um doutor ou um
mestre, ou alguém que é douto em algum assunto. E, com essa aula inaugural, tem
início o ano acadêmico.
É um pouco do que se passa no batismo
de Jesus: a abertura do tempo messiânico, o tempo das maravilhas de Deus. Não é
apenas uma água sobre a cabeça, mas é uma marca indelével de ser mergulhado e
emergido no amor da Santíssima Trindade. É isso que o batismo do Senhor recorda
a cada um de nós.
A narração de hoje é do momento em que
Jesus se coloca naquela fila, a chamada “fila da humilhação” porque eram todos
pecadores. Jesus se coloca naquela fila pedindo piedade pelos pecados de toda a
humanidade. Ele, que não tinha pecado, se fez pecado por amor a cada um de nós.
Fomos
configurados ao Cristo no nosso batismo; e, com Ele, nós também realizamos essa
linda missão de proclamar o Reino.
Jesus se abaixa, deixa a sua divindade
— é claro, Ele traz consigo a sua divindade, mas deixa a sua condição divina —,
para assumir a nossa humanidade. Ele vai no profundo da angústia humana, por
isso, aquela imagem de Jesus sendo emergido na água, prefiguração daquela
descida que Jesus faz à mansão dos mortos, justamente para tirar das trevas
toda a humanidade.
Jesus foi emergido e sai daquela água.
Ao sair, João vê o Espírito descer sobre Ele e o céu se abre. Não é uma questão
meteorológica como se o Céu estivesse encoberto e, de uma hora para outra, fica
todo azul. É uma questão teológica porque é a revelação de Deus. O Céu se abre
porque Deus se comunica com a nossa humanidade, Ele traz do Céu a maior graça
que nós recebemos: o Seu Filho Jesus.
“O Espírito Santo desce como pomba e
pousa sobre Jesus”, imagem do final do dilúvio — o Evangelho está repleto de
imagens —, quando aquela pomba também traz um ramo no bico; a abertura do tempo
da graça, quando as águas já se cessam e, agora, a humanidade foi purificada, o
tempo da graça do Senhor.
Por fim, a voz de Deus que se faz
ouvir. O Pai revela a Jesus: “Tu és o meu Filho”. Jesus toma consciência de ser
o Filho de Deus, não é a purificação porque Jesus não precisava disso, Ele não
tinha pecado, mas, como eu disse no início, é a sua aula inaugural perante os
homens a quem Ele salvará por sua morte de cruz.
Então, o batismo de Jesus marca o
início da sua missão na terra por toda a humanidade, o Seu reino messiânico.
Estamos com Ele porque também fomos batizados, também fomos configurados ao
Cristo no nosso batismo; e, com Ele, nós também realizamos essa linda missão de
proclamar o Reino de Deus e as Suas maravilhas.
Sobre todos
vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova



