Liturgia: Fonte de Vida Espiritual para os fiéis.
Sustento Espiritual para os Devotos
O ser humano é caracterizado por diversos aspectos: psíquico, cognitivo, físico, espiritual. Ao mesmo tempo, todas essas realidades da vida do homem precisam ser alimentadas, trabalhadas, cuidadas, etc. Por isso, nesta perspectiva, poder-se-ia destacar a necessidade do cuidado com a espiritualidade, de modo, que, busquecemos incessante a comunhão com Deus, conhecendo-O, amando-O e servindo-O com maior intensidade.
Ora, dentro da vida espiritual é possível afirmar a necessidade de se dedicar às diversas práticas, sendo a primeira uma participação ativa na liturgia, uma vez que ela que coloca o cristão em contanto direto com Cristo. Ou seja, é a partir dela que se atualiza na vida a Graça santificante, fazendo com que se tome parte no Sacrífio Pascal de Cristo. Por esta razão, a liturgia e vida espiritual precisam caminhar juntas, pois é impossível conceber uma sem a outra, assim como afirma a Sacrosanctum Concilium:
“A própria liturgia por seu turno, impele os fiéis, que, saciados dos “sacramentos pascais”, sejam “concordes na piedade”; reza que “conservem em suas vidas o que receberam pela fé”; a renovação da Aliança do Senhor com os homens na Eucaristia solicita e estimula os fiéis para a caridade imperiosa de Cristo. Da liturgia portanto, mas da Eucaristia principalmente, como de uma fonte, se deriva a graça para nós e com a maior eficácia é obtida aquela santificação dos homens em Cristo e a glorificação de Deus, para a qual, como seu fim, todas as demais obras da Igreja apontam.” ¹
Costumeiramente, separa-se a vida espiritual da participação na liturgia; entretanto, a liturgia segundo o Papa São Paulo VI é “primeira escola de nossa vida espiritual”² , por isso se faz necessário vencer essa visão separatista e adotar uma visão que integre a espiritualidade litúrgica como primordial sobre as demais espiritualidades, pois: “Todas as outras formas de expressão da espiritualidade cristã, inclusive os exercícios de piedade, devem estar relacionados com a liturgia, dela de algum modo derivam e a ela se encaminham”³ .
Por mais que existam diversas possibilidades de piedades e práticas espirituais dentro da Santa Igreja, o mais importante é ter em mente que todas elas precisam ter como fonte e como meta a vivência litúrgica. Por óbvio, a espiritualidade que não considera a liturgia ou que não conduza a ela não não é uma espiritualidade sadia.
No próximo artigo veremos como deve ser a nossa participação na liturgia para que de fato ela seja sustento da nossa vida espiritual.
Pe. Danilo Juscelino da Silva
Cerimoniário episcopal, professor de liturgia no Seminário Propedêutico e membro do SEDAL.
¹ SC §10 ²² CASTELLANO, Jesús. Liturgia e vida espiritual: teologia, celebração, experiência. Tradução: Antonio Efro Feltrin. São Paulo: Paulinas, 2008. p. 17. ³ SC§13