Dedicação da Basílica do Latrão
Até o século IV, o palácio do Latrão era propriedade da família imperial. Constantino cedeu o prédio ao Papa para ser sua residência.
Ao lado do palácio, o imperador construiu uma Basílica dedicada a Cristo Salvador e o aos santos João Batista e João Evangelista. Essa Basílica, a mais antiga, tornou-se a primeira catedral do catolicismo, conhecida como a “mãe de todas as igrejas”, por ser a sede do Bispo de Roma, o Papa. Cinco grandes concílios realizaram suas sessões nesse local.
A festa da Dedicação da Basílica do Latrão celebra a unidade de todas as Igrejas com a Igreja de Roma. Ela é a Igreja mãe da grande família católica. É sinal de nossa comunhão e catolicidade.
Quando celebramos a dedicação de uma Igreja, lembramos que Cristo é o seu centro, a sua cabeça. Ele é a pedra fundamental, o alicerce (cf. 1 Cor 3,11), a base sobre o qual nasce e se constrói a Igreja. A verdadeira Igreja é o corpo morto e ressuscitado de Jesus Cristo (cf. Jo 2,19). Na Igreja Templo, Corpo de Cristo, somos pedras vivas; somos construção de Deus (cf. 1 Cor 3,9.16).
A Igreja pode ser descrita através de várias imagens: Povo de Deus, Corpo de Cristo, Esposa de Cristo, Templo do Espírito Santo, Família de Deus, Mãe e Mestra, Casa da Palavra, do pão e da caridade. Todas elas expressam características da Igreja. Facilitam a compreensão do ser e da missão da Igreja.
Mas a Igreja é um mistério na sua relação com a Santíssima Trindade e sua união íntima com o Cristo Ressuscitado. É um projeto nascido do coração do Pai. Foi prefigurada desde a origem do mundo, preparada na antiga aliança, instituída por Jesus Cristo, manifestada pelo Espírito Santo. Ela vive no momento presente os sinais do Reino e será consumada na glória, atingindo sua plenitude.
A Igreja é o sacramento universal da salvação. Ela brotou do lado aberto de Cristo na cruz. É em Cristo o sacramento, sinal e instrumento da união com Deus e da unidade do gênero humano. É sinal da comunhão com Deus por intermédio da Palavra e dos Sacramentos.
“O encontro com Cristo, graças à ação invisível do Espírito Santo, realiza-se na fé recebida e vivida na Igreja” (DAp, 246). Nela, lemos e escutamos a Palavra de Deus, celebramos os sacramentos, alimentamos a vida de oração, nossa piedade e a comunhão fraterna, expressamos o nosso louvor e gratidão ao Senhor, nos fortalecemos no testemunho e na prática da caridade.
“A Igreja é nossa casa! Esta é nossa casa! Na Igreja Católica temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo! Quem aceita a Cristo: “Caminho, Verdade e Vida”, em sua totalidade, tem garantia de paz e felicidade, nesta e na outra vida!... vale a pena ser fiéis, vale a pena perseverar na própria fé!” (Bento XVI, Conferência de Aparecida).
Dom Paulo Roberto Beloto,
Bispo Diocesano.



