Páscoa 2022 - "Creio na ressurreição da carne”

Reflexão da Liurgia Dominical

Caros irmãos e irmãs,
A grandeza da vida cristã é crer que Jesus ressuscitou. Mesmo não vendo os sinais de sua ressurreição somos felizes, segundo as palavras do próprio Mestre (Jo 20,29).  Louvamos o Pai celeste, que “em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo para uma esperança viva”. Esta é a nossa fé, “a herança que não se desfaz, não se estraga nem se altera” (1 Pd 1,3-4).
Vivemos as contradições da história humana, com seus imensos desafios. A Páscoa nos convida a uma renovação, ajudando-nos a ser sinais vivos da presença do ressuscitado, a testemunhar o seu Evangelho numa sociedade carente de amor, redenção e esperança.
Nós esperamos em Deus, e dele recebemos força e paz. Recebemos Cristo ressuscitado, que ilumina e alimenta a nossa confiança, porque nos dá certeza de chegarmos a bom termo, para além dos limites da história.
Jesus Cristo foi o primeiro a ressuscitar e a experimentar a comunhão com o Pai. Nele, desejamos a felicidade da vida eterna e a nossa intimidade com Deus, mediante a ação do Espírito derramado por Ele sobre nós. Somos “justificados pela sua graça, nos tornamos, na esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3,7). O céu, irmãos e irmãs, é a nossa meta, a salvação em Cristo é o nosso desejo. A sua ressurreição é a esperança viva e o fundamento da vida cristã.
A Igreja nasceu de um movimento dinâmico: Jesus ressuscitou, está vivo! Agora podemos imprimir à fé um impulso novo. A Páscoa nos convida a celebrar e a viver a esperança:
Como cristãos, acolhendo e anunciando o mistério pascal, não tendo medo da verdade sobre nós mesmos, cultivando o temor filial de Deus, alimentando-nos com a oração, a Palavra, os sacramentos, praticando a caridade fraterna e a misericórdia, cultivando a alegria e um sadio otimismo.
Como cidadãos, anunciando a dignidade sagrada da pessoa humana, o direito à vida e o seu sentido, a prática da solidariedade, a defesa da família, do bem comum, dos valores culturais e cívicos, a busca do equilíbrio ecológico, econômico e social.
Acolhamos o que ensina a nossa Igreja: “Podemos pensar em recolocar o futuro destino da humanidade nas mãos daqueles que são capazes de transmitir às futuras gerações os motivos de viver e de esperar” (GS, 31).
O Espírito que deu a vida ao corpo ressuscitado de Jesus dá a vida à Igreja e aos seus fiéis. Ser cristão é viver à luz da Páscoa. É ser guiado pelo Espírito, caminhando na amizade e na santidade dos filhos e filhas de Deus.
“Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia, pois o Senhor que merecestes trazer em vosso seio, aleluia, ressuscitou como disse, aleluia; rogai a Deus por nós, aleluia”.
Com carinho, minha bênção de Páscoa a todos.
Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.