Da fraqueza humana ao sublime exemplo: Nossa Senhora das Dores.

15 de setembro

A primeira verdade que atesta-se, ante a memória de Nossa Senhora das Dores, é o fato de a Encarnação do Verbo demonstrar que por amor, o Cristo padeceu todas as atrocidades pela humanidade. Assim, o coração transpassado de Jesus abre à humanidade uma nova esperança: a salvação.
Ora, inseridos em uma sociedade indiferente à dor alheia, ou melhor, marcada pelo esquecimento de Deus, e, por conseguinte, fria diante do Sacrifício de Cristo, imediatamente recordar-se um fato inusitado de outrora: "perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena" (cf. S. João 19, 25).
Significa, que, no ápice do sofrimento, nos momentos finais, poucas pessoas permanecem com Jesus. Diante disso, salta-se aos ouvidos o seguinte questionamento: quem de nós permanece hoje ao lado do crucificado? Quem aceita padecer com Ele as profundíssimas dores?
É inevitável perceber o sofrimento de uma mãe que se une às dores de Seu Filho para consolá-Lo. E, mais do que isso, ante tamanha injustiça, Maria Puríssima foi aquela que permaneceu até às últimas consequências. Ou seja, mediante a frieza humana, a Virgem das Dores permenece aquecendo o Coração do Filho; em meio às fraquezas alheias, a Virgem dá exemplo de fortaleza... Podendo fugir, Nossa Senhora opta pela compaixão: configura-se aos sofrimentos de Cristo e vive a perfeição de uma fé que não se deixa abalar pela dor, ainda que tenha custado um alto preço.
Aos olhos não pode passar despercebido o que atesta o Evangelho: "Jesus, então, vendo a mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à mãe: 'Mulher, eis teu filho!' Depois disse ao discípulo: 'Eis tua mãe'!" (cf. S. João 19, 26-27). Nos momentos finais de sua vida, Jesus reconhece a fraqueza humana e tem compaixão. Por esta razão, reconhecendo a fé,  as virtudes e os sofrimentos de Maria, confia a humanidade aos seus cuidados.
Qual o grande ensinamento para os cristãos?
Embora haja em nossa sociedade tanta indiferença e frieza ante o insondável Sacrifício de Cristo, e, quiçá, estas atrocidades partam até mesmo de nós cristãos, fomos confiados aos cuidados da Virgem das Dores, sobretudo por Ela ser fortelaza em meio à nossa fraqueza, e, em última instância, ser exemplo de fé em meio à nossa incredulidade. Maria nos ensina algo singelo, mas paradoxalmente sublime: permanecer junto da cruz.
Conforme ensina São Bernardo de Claraval: "a alma dEle já não estava ali, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isso a violência da dor penetrou sua alma".
Diácono Diogo Augusto, Assessor Pascom Diocesana.