3º Domingo do Advento 2023

Reflexão da Liturgia Dominical

A liturgia do 3° Domingo do Advento canta e celebra a alegria, sentimento fundamental da alma humana. Deus é a causa e a fonte da alegria: ela é dom e fruto do Espírito (Gl 5,22). Já na antífona de entrada da Missa, é citada uma passagem de Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos... O Senhor está perto” (Fl 4,4.5). Também na leitura própria, o apóstolo insiste: “Irmãos: Estai sempre alegres!” (1 Ts 5,16).   

No contexto do tempo litúrgico, a alegria tem sua razão por causa da encarnação do Verbo, que vem para nos salvar e revelar o amor de Deus. Essa é a razão do nosso contentamento. A sua presença é fonte de alegria, graça, vida, paz e salvação. Jesus Cristo se “assemelha a uma mina riquíssima, contendo em si os maiores tesouros” (São João da Cruz). Por isso, conhecê-lo “é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp, 29).

Os santos descobriram esta fonte de alegria que é Jesus. O grande motivo do nosso contentamento é o seu amor. Quem acolhe o seu amor e ama, vive alegre.

Há fatores e causas que provocam a tristeza, o mau humor, a irritação, a impaciência, a desolação, a depressão, como: a ausência de Deus, os nossos defeitos e os dos outros, o egoísmo, a mesquinhez, a ambição, as injustiças, a violência, as notícias negativas, as experiências traumáticas, os contratempos, as coisas que não funcionam, o trânsito, visitas inoportunas, as perdas, questões biológicas, doenças, a pobreza, a natureza adversa, o modo como encaramos as adversidades, a ação do inimigo.

Como recuperar e conservar a alegria diante das situações adversas? Há respostas humanas e profissionais. Nós buscamos acima de tudo uma resposta espiritual, com uma atitude de fé, de paciência, amor, perdão e confiança na graça de Deus, acreditando que Ele é maior que as limitações humanas. Sua ação em nossa vida gera alegria.

As alegrias humanas são justas e legítimas. Mas, passageiras e nem sempre provocam o verdadeiro consolo. Só a presença do Senhor nos satisfaz. Quando fizermos de Deus o fundamento e o centro de nossa vida, então iremos experimentar a alegria e a fecundidade de nossas ações.

O 3º domingo do Advento continua falando da missão de João Batista (Jo 1,6-8.19-28). Ele é enviado por Deus: “veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele” (Jo 1,7). A missão de João não é dele, mas de Deus, ele deve despertar nas pessoas a fé naquele que é o único que tem uma proposta de vida plena para nós. Jesus é o Messias que veio cumprir as promessas de libertação anunciadas pelo profeta Isaías (Is 61,1-2ª.10-11; Lc 4,14-21).

Quem acolhe Jesus, afasta-se do mal, guarda o que é bom, orienta a sua vida para a alegria, a oração e a ação de graças, acolhendo a santidade que vem de Deus (1 Ts 5,16-24).

Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.